No obscuro do inimigo, estou eu

Cada dia um dia, penso eu

Cada dia uma reflexão diferente sobre minhas horas,

Um minuto uma euforia, outro minuto uma decepção…

E ao pôr do sol um cansaço e uma imaginação

De como será o outro dia se agisse diferente,

E como será ao agir igual às outras datas.

O pior é que amo um ritmo frenético

Andares de metrópole, respiração de óxidos de poluição.

Andar em bairro nobre e periferia,

Ir de encontro ao preto e branco

Falar e ouvir, ser falado e só servir de audição.

Pois é, tudo virou rotina.

Basta sofrer e se contentar para agir com disciplina.

O igual te faz ter identidade.

O igual exige e ao mesmo tempo impede a tua alteridade.

Acostumaram-te a uma pressão não prometida.

Vendem-te uma imagem logo não correspondida.

Caso desista, tanto faz. A ti não cabe sequer despedida.

Devo agir para fazer a diferença?

Ou ‘o dia da mudança irá chegar’ realmente vale a crença?

Só sei que tudo se resume a mim mesmo.

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