Estado de choque

Acorda-me, chama-me, clama-me, faça-me o que você quiser

Só me chacoalhe, me bata, grite e disserte sobre o que realmente você quer!

Por que não querem saber das causas, apenas julgam os atos?

Por que esse meio é tão complicado, o exato prevalece sobre o humano?

Sejamos todos antiéticos, brigaremos todos entre si?

Será que é o que buscam: enlouquecer para corretamente a gente agir?

Quanto mais penso, mais restringentes são os reveses…

Concluo que sou apenas um objeto de manobra; devo pôr em raciocínio

Cada mudança em um segundo só.

Deixe-me entender as coisas; dai-me um tempo, por gentileza,

A fim de pensar exatamente o que você pensa e quer eu pense afim

Já basta o cansaço, o medo, os equívocos e os nuances

Que os outros imperam sobre mim.

Quero ser outro, o mesmo, o único, mais um que pensa, que cresça, que chega ao fim.

 

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Respira fundo, não chore, não grite, apenas se abra e acredite em si.

Tu és capaz de tudo e a todos, solicite um tempo a confiar e sentir.

A confusão faz parte da vida, seu biológico também é assim.

A conclusão precisa de um excesso, de uma reciclagem, de um filtro e de um estopim.

Só se acalme, relaxe, se anime e conclua que esse caos terá um fim.

Que esse fim será o início de agir com razão e também com retorquir.

 

Faz parte da vida, principalmente em sua idade

Achar que descobriu tudo mas sente que não descobriu nada.

A vida é atroz, é confusa, muda a cada instante

E você age e reage para tudo isso seja sintoma

De um mundo doente, mas que persuade a todos dizendo que isso faz bem.

Colabore ao agir com consciência

Elabore um plano de fuga ao inconsciente estar.

É complicado, mas é tudo aplicado para que se sinta normal e irregular.

No obscuro do inimigo, estou eu

Cada dia um dia, penso eu

Cada dia uma reflexão diferente sobre minhas horas,

Um minuto uma euforia, outro minuto uma decepção…

E ao pôr do sol um cansaço e uma imaginação

De como será o outro dia se agisse diferente,

E como será ao agir igual às outras datas.

O pior é que amo um ritmo frenético

Andares de metrópole, respiração de óxidos de poluição.

Andar em bairro nobre e periferia,

Ir de encontro ao preto e branco

Falar e ouvir, ser falado e só servir de audição.

Pois é, tudo virou rotina.

Basta sofrer e se contentar para agir com disciplina.

O igual te faz ter identidade.

O igual exige e ao mesmo tempo impede a tua alteridade.

Acostumaram-te a uma pressão não prometida.

Vendem-te uma imagem logo não correspondida.

Caso desista, tanto faz. A ti não cabe sequer despedida.

Devo agir para fazer a diferença?

Ou ‘o dia da mudança irá chegar’ realmente vale a crença?

Só sei que tudo se resume a mim mesmo.